Quimioterapia pré-cirúrgica reduz tumores e traz resultados animadores na preservação da mama

Oncomeeting 2018 destaca a importância de uma abordagem multidisciplinar que garanta intervenções cirúrgicas minimamente invasivas para pacientes com câncer de mama
Em apresentação durante o Oncomeeting 2018, a Dra. Tari King, chefe de cirurgia de mama do Dana-Farber/Brigham and Women’s Cancer Center, abordou o papel da cirurgia no tratamento de câncer de mama e ressaltou que a mastectomia ou retirada grandes partes de tecido mamário e músculo podem ser evitados com iniciativas multidisciplinares voltadas à redução do tumor antes da intervenção cirúrgica. O objetivo central, segundo a especialista, é garantir ao máximo a preservação da mama e as possíveis cicatrizes deixadas pelo procedimento.
A visão da Dra. Tari é compartilhada pelo presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Rio de Janeiro, Eduardo Millen. De acordo com o médico, é preciso acabar com o estigma de que o sucesso no tratamento depende da cirurgia. “A percepção de que a remoção de uma ou das duas mamas é fator primordial para aumentar as chances de cura de uma paciente é ultrapassada. Precisamos lembrar que cada caso merece uma abordagem personalizada. E o que temos observado é que, em especial, em casos de tumores classificados como triplo-negativo ou HER—2, a aplicação de quimioterapia prévia à cirurgia para retirada do tumor promove benefícios importantes para a redução da área de intervenção e com resultados iguais ou melhores ao da mastectomia”, diz o Dr. Eduardo.
Para o mastologista, isso significa, na prática, um resultado com cicatrizes quase imperceptíveis em algumas situações e um ganho importante para a preservação da autoestima da mulher. Ele frisa, contudo, que a escolha do tipo de abordagem adequada depende da avaliação de uma série de fatores, como o tipo de câncer e localização do tumor, e de um olhar multidisciplinar.
Confira no vídeo mais detalhes sobre o tema.