Principal evento mundial de Oncologia discute os impactos da atividade física e alimentação para o paciente com câncer de mama

Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) trará estudos que apontam hábitos saudáveis como fatores de diminuição dos riscos de morte pela doença
Uma das pautas que deve permear as discussões da 55o Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) será voltada à influência do cuidado com a saúde e o bem-estar do corpo na prevenção e no tratamento de diversos tipos de câncer – principalmente o mamário.
“Um dos principais debates hoje, dentro da Medicina como um todo é exatamente a questão de como o próprio paciente pode, através de mudanças de hábito de vida, interferir na prevenção e no sucesso do tratamento do câncer”, analisa o oncologista Daniel Gimenes, do Grupo Oncoclínicas | São Paulo.
Segundo ele, o câncer de mama está entre os que mais são impactados por um estilo de vida saudável. “Claro que há fatores biológicos e genéticos relacionados ao desenvolvimento de um tumor, mas no caso de mama temos uma forte influência pela obesidade e a vida sedentária ligada à falta de exercícios físicos”, afirma.
Painéis dedicados aos hábitos de vida
Esta será a primeira vez que o congresso vai dedicar uma sessão de aulas educativas para reunir os especialistas com a finalidade de debater questões ligadas ao estilo de vida e seus impactos para o paciente com câncer. Nas mesas de debate, médicos e outros profissionais envolvidos em cuidados oncológicos vão apresentar e discutir as pesquisas consolidadas.
“Não será um painel em que se pretende mostrar algo inédito, mas, melhor que isso, iremos conversar sobre as principais e mais importantes pesquisas científicas que estão sendo feitas pelo mundo, e que demonstram que a queda no índice de massa corpórea que é uma das principais estratégias de mudanças de hábito de vida para auxiliar no combate ao câncer de mama. Assim sendo, alterações na dieta em atividade física esportiva encaixam bem nesse contexto ”, comenta Gimenes.
A ciência tem provado o que o médico já encontrava em seus casos diariamente. Ele afirma que a incorporação de atividades físicas na vida dos pacientes não só contribui para evitar o aparecimento de tumores, como também pode auxiliar na tolerância ao tratamento e, principalmente influenciando positivamente no aumento das chances de cura.
“Há um estudo clínico recentemente apresentado que comparou dois grupos de pacientes com câncer de mama que encerraram a quimioterapia. Um grupo foi submetido a um programa de atividade física periódico e orientação dietética por dois anos e o outro grupo não foi submetido a esse mesmo programa. A diferença de prognóstico entre as pessoas foi impressionante, onde o impacto das mudanças de hábito de vida proporcionou um aumento significativo nas chances de cura, ressalta o oncologista do Grupo Oncoclínicas.
Aliado à prática, Gimenes também reforça que é necessário diminuir o índice de gordura corporal (índice de massa corpórea), já que obesidade é um grande fator de risco para o câncer de mama. “O exercício promove saúde, mas também um bem-estar como um todo. Mas a alimentação precisa entrar na conta, pois a perda de peso é essencial para que os benefícios sejam alcançados”, finaliza o especialista.
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o câncer de mama é o mais diagnosticado entre mulheres no Brasil, com mais de 50 mil casos anuais.
https://youtu.be/5ubolyVh9hE
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