Imunoterapia avança como opção de tratamento para tumores de mama

Estudos apontam respostas animadoras para casos de câncer classificados como triplo-negativo
Na última década, a imunoterapia passou de um tratamento teórico promissor para um padrão de cuidados que está contribuindo para respostas positivas de pacientes oncológicos. De forma simplificada, o nosso sistema imunológico é programado para combater quaisquer sinais que representem ameaças à saúde. Quando, contudo, ocorre uma falha nesse processo de combate ao inimigo e, em consequência, o surgimento de um tumor, a medicação imunoterápica pode ser adotada para inibir a ação desses freios e provocar a resposta necessária para combater as células malignas. No Oncomeeting 2018, a adoção dessa opção terapêutica para o câncer de mama esteve entre os destaques da programação.
“Já se sabe que esse novo tratamento tem apresentado bons resultados em tumores específicos, como o de pulmão, cabeça e pescoço, melanoma e recentemente no câncer de mama”, explica o oncologista Pedro Henrique Araújo de Souza, especialista do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro.
A técnica é considerada mais sustentável para a saúde do paciente, pois ataca diretamente o tumor. E uma das principais vantagens da adoção dos imunoterápicos da nova geração é que, mesmo após o fim do tratamento, a imunidade desse indivíduo pode continuar respondendo a células tumorais, diminuindo a recidiva de tumores e aumentando o tempo livre de progressão da doença.
Apesar de ainda considerar cedo para afirmar que a imunoterapia seria a chave para a cura do câncer de mama, o médico observa com otimismo o uso de imunoterápicos. Para ele, as perspectivas são muito positivas para tratamento do câncer de mama triplo-negativo metastático. “Diferente da quimioterapia, a imunoterapia tira o freio do nosso sistema imunológico e faz com que o corpo combata as células do tumor, apresentando ótimos resultados”, frisa.
Confira abaixo o vídeo com o Dr. Pedro Henrique que resume o tema.