ASCO debate os benefícios do exame molecular para o tratamento em pacientes com câncer de pulmão

Neste ano o Brasil deverá somar mais de 31 mil novos casos de tumores pulmonares, de acordo com Instituto Nacional do Câncer (INCA). Na origem da doença está, é claro, o tabagismo, uma vez que os dados disponíveis apontam que o hábito de fumar está relacionado a 90% de todos os casos desse tipo de câncer. Trata-se de um problema global que desafia a medicina a descobrir novas práticas terapêuticas com o objetivo de combater a doença.
No segundo dia do Encontro Anual da ASCO, em Chicago (EUA), um dos temas mais importantes na pauta de debates foi a utilização da medicina de precisão para aprimorar o tratamento de pacientes com câncer de pulmão. “Ficou bastante evidente que estamos evoluindo para a identificação de subtipos muito específicos desse tumor, ou seja, cada câncer de pulmão é um pouco diferente de outro. Por isso, para definir o tratamento ideal, é importante que se faça um teste molecular na biópsia – sequenciamento dos genes”, explica o Dr. Jacques Tabacof, oncologista-clínico e hematologista do Grupo Oncoclínicas em São Paulo.
O avanço dos estudos envolvendo o genoma humano fez com que nos últimos anos a genética se tornasse parte indispensável das áreas da medicina. Dentro delas, a oncologia vem se beneficiando tanto na precisão diagnóstica, quanto na eficácia do tratamento – ambas proporcionadas por análises com base em genes.
Neste cenário desponta a chamada oncogenética, estudo genético aliado ao tratamento oncológico que busca entender as alterações moleculares das células cancerígenas e fazer a diferença no diagnóstico precoce e tratamento.
De acordo com o Dr. Jacques, os dados apresentados no painel mostraram que o exame molecular do tumor permite identificar o tratamento mais assertivo para cada paciente. “Estamos na Era da medicina personalizada. Terapia-alvo específica baseada na análise da biópsia, do ponto de vista molecular das alterações do DNA do tumor, é um grande avanço no combate à doença”, comenta o oncologista.