O que são tumores da medula espinhal
Os tumores de medula espinhal podem acontecer dentro ou próximo da medula espinhal (cervical, torácica e lombar). e ser benignos ou malignos (câncer). De todos os casos de câncer primário do Sistema Nervoso Central (SNC), apenas 22% ocorrem nesta localização.
Subtipos de tumor da medula espinhal
Os tumores da medula espinhal podem ser categorizados como:
- Tumores primários – em geral, são raros e compreendem aproximadamente 0,04% de todos os tumores e 10% de todos os tumores ósseos. Por definição, têm origem nas células daquele local, seja da medula espinhal ou de estruturas próximas, como das meninges. Podem ser malignos ou não; e
- Tumores secundários ou metastáticos – são metástases de um câncer originado em outra parte do corpo, por isso são sempre malignos.
Outra forma de classificar os tumores da medula espinhal é pela localização. Eles podem ser:
- Tumores intramedulares – surgem dentro da própria medula espinhal. Os tumores intramedulares mais comuns são os gliomas, especialmente ependimomas e astrocitomas de baixo grau, e costumam ocorrer em pacientes mais jovens.
- Tumores intradurais extramedulares – surgem dentro da dura-mater, mas fora da medula espinhal. Os tumores mais comuns nesse grupo são meningiomas e tumores da bainha nervosa; e
- Tumores extradurais – são lesões que costumam comprimir a medula espinhal ou a cauda equina e podem até invadir a dura-mater. Tumores extradurais são geralmente metastáticos e costumam surgir nos corpos vertebrais.
Sintomas e sinais de tumores na medula espinhal
- Fraqueza ou dormência de membros superiores e/ou inferiores (dificuldade para escrever ou para levantar os braços e pernas, por exemplo);
- Problemas no intestino e na bexiga (como retenção urinária e constipação);
- Dificuldade para caminhar;
- Dor nas costas que se agrava progressivamente (sem relação com atividades físicas e que piora quando a pessoa se deita; e
- Diminuição da sensibilidade na região.
Diagnóstico de tumores na medula espinhal
O diagnóstico de um tumor localizado na medula espinhal pode ocorrer tardiamente, principalmente porque os primeiros sinais e sintomas são leves e levam, muitas vezes, à demora para buscar atendimento médico. Pacientes com “sinais de alerta” devem ser avaliados adequadamente com exames de imagem e laboratoriais para confirmar o diagnóstico.
Entenda, a seguir, os procedimentos usados para detectar a doença.
Exames de imagem, que podem ser:
- Raio X – as radiografias da coluna permitem a avaliação do alinhamento geral da coluna vertebral e da integridade óssea, e podem demonstrar uma lesão formadora ou destruidora de ossos se ela for grande o suficiente;
- Ressonância magnética (RNM) – é frequentemente recomendada por ser necessária para definir com precisão o tamanho e a extensão do tumor e se ele se espalhou para o canal espinhal;
- Tomografia computadorizada (TC) – pode ser solicitada e permite a visualização de detalhes da anatomia da região; e
- Cintilografia óssea – um exame frequentemente solicitado quando há suspeita de câncer metastático para o osso e que determina se há outras lesões nos ossos de todo o corpo.
Biópsia, que é necessária para confirmar o tipo exato de tumor, especialmente se for um tumor primário. Pode exigir cirurgia, mas em alguns casos uma biópsia através de agulha guiada por exame de imagem pode ser suficiente para alcançar o tumor e extrair uma amostra de tecido para que se faça o diagnóstico histológico específico.
Tratamento
O tratamento de um tumor na coluna cervical depende de vários fatores, como a idade do paciente e suas condições médicas associadas, o tipo histológico do tumor e se é primário ou metastático, além da gravidade dos sintomas relacionados à sua localização.
Os tumores metastáticos da coluna cervical têm maior probabilidade de causar instabilidade e/ou comprometimento neurológico e são mais frequentemente tratados cirurgicamente. Certos tumores espinhais benignos e cistos podem não precisar de tratamento se não causarem nenhum sintoma.
A ressecção cirúrgica seguida de radioterapia (com ou sem quimioterapia, a depender do tipo histológico da doença) costuma ser o protocolo adotado para tumores malignos da medula espinhal bem localizados. Caso a remoção não seja possível, usa-se diretamente a radioterapia para aliviar a pressão sobre a medula espinhal.
Opções não cirúrgicas incluem observação, quimioterapia e radioterapia. Os tumores assintomáticos ou levemente sintomáticos que não parecem estar mudando ou progredindo podem ser observados e monitorados com ressonâncias magnéticas regulares. Alguns tumores respondem bem à quimioterapia e outros, à radioterapia. No entanto, existem tipos específicos de tumores metastáticos que são inerentemente radiorresistentes, e a cirurgia pode ser a única opção de tratamento viável.
É importante ressaltar que quando ocorre déficit neurológico decorrente da compressão da medula espinhal deve-se iniciar imediatamente o tratamento à base de corticoides, para reduzir o edema e preservar a função da medula espinhal. A ação deve ser rápida, pois muitos déficits podem se tornar irreversíveis rapidamente.
A recuperação do paciente depende da rapidez do início do tratamento e da extensão da doença.
Prevenção
Não há iniciativas conhecidas e eficazes para prevenir este tipo de câncer.