Tipos de câncer

Doença de Castleman

A doença de Castleman é um tipo de câncer raro que atinge os gânglios e tecidos linfáticos sem causa conhecida. Infecções, febre, perda de peso, fadiga e sudorese noturna são sintomas. Pessoas com HIV têm maior chance de desenvolver o tumor.
4 min de leitura
por: Rodolfo Teixera
Doença de Castleman
A doença de Castleman é um tipo de câncer raro que atinge os gânglios e tecidos linfáticos. Infecções, febre, fadiga e sudorese noturna são sintomas.

Doença de Castleman é uma desordem rara dos gânglios e tecidos linfáticos. Também é chamada de desordem linfoproliferativa, hiperplasia linfonodal gigante e hiperplasia linfonodal angiofolicular.

Geralmente benigna, ela não é um câncer propriamente dito, mas um de seus subtipos, a forma multicêntrica, se comporta como um linfoma. Além disso, muitos pacientes com doença de Castleman acabam desenvolvendo linfomas posteriormente. 

Causas e fatores de risco da doença de Castleman não são bem conhecidos, e também não há dados confiáveis sobre sua incidência no Brasil ou no mundo. É sabido, no entanto, que há uma probabilidade maior de ocorrência em pacientes infectados por HIV, e que a doença pode acometer crianças e adultos.

Um aspecto importante da doença de Castleman a ser destacado é que ela pode enfraquecer o sistema imunológico gravemente, tornando mais difícil o combate às infecções.

Tipos de doença de Castleman

São conhecidas duas formas de doença:

  • Doença localizada – afeta apenas um grupo de gânglios linfáticos – mais frequentemente do tórax ou do abdômen – e não é generalizada. Os gânglios linfáticos acometidos aumentam e podem pressionar outros órgãos ou tecidos na área em que se encontram; e
  • Doença multicêntrica – afeta vários grupos de gânglios linfáticos e pode acometer outros órgãos que contenham tecido linfoide. É mais grave que a localizada, principalmente nos pacientes com HIV.

Existem também subtipos microscópicos da doença de Castleman – quando ela é classificada de acordo com a forma do tecido linfoide:

  • Tipo hialino-vascular – o mais comum, normalmente localizado;
  • Tipo plasmócito – apresenta maior probabilidade de ser multicêntrico; e
  • Tipo misto – é o menos comum e apresenta áreas de ambos os tipos (localizado e multicêntrico).

Por fim, pode-se classificar a doença de Castleman com base em infecções virais:

  • HIV; e
  • Herpes vírus humano-8 (HHV-8).

Sintomas da doença de Castleman

A doença de Castleman localizada costuma apresentar como sintomas:

  • Problemas respiratórios causados pela compressão exercida na traqueia ou nos brônquios, quando o aumento é nos gânglios linfáticos do tórax; e
  • Dor no abdômen e dificuldade para engolir, causadas pelo aumento dos gânglios linfáticos abdominais.

Já no subtipo multicêntrico, a doença pode cursar com a presença de nódulos sob a pele, especialmente em áreas como pescoço, virilha ou axilas, além dos citados acima.

Alguns sintomas são comuns às duas formas de doença de Castleman:

  • Infecções;
  • Febre;
  • Perda de peso sem motivo aparente;
  • Fadiga;
  • Sudorese noturna; e
  • Fraqueza e/ou dormência (causadas por danos nos nervos).

Diagnóstico

Normalmente é diagnosticada em exames feitos devido a outros problemas de saúde. Há casos em que, diante do desconforto causado pelos sintomas, o paciente decide fazer um check-up em busca de distúrbios gastrointestinais ou respiratórios. O exame físico normalmente evidencia a presença de nódulos linfáticos aumentados. 

Tais alterações não são definitivas para o diagnóstico, pois são comuns a infecções e anemia, por exemplo. Assim, o médico pedirá exames de imagem, como:

  • Tomografia computadorizada – para verificar em detalhes os tecidos moles e se os nódulos linfáticos ou os órgãos internos estão aumentados;
  • Ressonância magnética – especialmente se o médico estiver preocupado com áreas próximas da medula espinhal ou do cérebro;
  • Raio X do tórax – para identificar se há gânglios linfáticos do tórax atingidos pela doença (normalmente pedido quando o paciente apresenta problemas respiratórios como sintoma);
  • Ultrassom abdominal – para identificar se há gânglios linfáticos do abdômen afetados pela doença; e
  • PET-Scan – útil para encontrar pequenos crescimentos nos gânglios e nos tecidos linfáticos que não aparecem na tomografia computadorizada.

Em alguns casos, o médico poderá solicitar uma biópsia do nódulo linfático para fechar o diagnóstico da doença de Castleman.

Tratamento

As abordagens de tratamento da doença de Castleman incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia, entre outros medicamentos. 

No caso de doença de Castleman localizada, os pacientes normalmente são curados quando os linfonodos afetados são removidos por meio de cirurgia. Se não é possível resolver o problema totalmente com um procedimento cirúrgico, seja devido às condições de saúde gerais do paciente ou porque não se consegue retirar os linfonodos afetados completamente, parte-se para a radioterapia. A doença tende a não voltar.

Já os casos de doença de Castleman multicêntrica não têm um protocolo de tratamento padronizado. É preciso avaliar, por exemplo, se a doença está muito espalhada – o que pode fazer o especialista descartar uma cirurgia e ir direto para a radioterapia ou para a quimioterapia. Se o paciente tiver HIV, é necessário combinar o tratamento com os medicamentos já utilizados para o controle da infecção. Prevenção da doença de Castleman

Como a doença de Castleman não tem causas identificadas, não há meios conhecidos para preveni-la.

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