Tipos de câncer

Garganta

O câncer de garganta (Orofaringe) se desenvolve na região que vai da base da língua até as paredes da garganta. A infecção pelo Papilomavírus humano (HPV) é uma das principais causas. Dor, dificuldade de engolir e engasgos são alguns dos sintomas.
4 min de leitura
por: Rodolfo Teixera
Garganta
O câncer de garganta se desenvolve na região que vai da base da língua até as paredes da garganta. Dor, dificuldade de engolir e engasgos são sintomas.

O câncer de orofaringe, popularmente conhecido como câncer de garganta, desenvolve-se na parte que fica no fundo da boca e que pode ser vista quando estamos diante do espelho com a boca aberta. Essa região inclui a base da língua, o palato mole, a úvula, as amígdalas, os pilares amigdalianos, as paredes laterais e posterior da garganta.

A garganta participa dos processos de respiração, fala, alimentação e deglutição. Nesse contexto, ela é formada por vários tipos de células e tecidos, nos quais diferentes tipos de tumores podem se desenvolver.

Os fatores de risco associados ao câncer de garganta são o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e a infecção crônica por HPV (papilomavírus humano, transmitido por relações sexuais) .

Sintomas do câncer de garganta

Os principais sinais e sintomas de câncer de garganta são:

  • Dor de garganta;
  • Dificuldade para engolir;
  • Engasgos frequentes;
  • Presença de lesões esbranquiçadas ou avermelhadas persistentes nessa região (no interior da boca e nas amígdalas) por mais de três semanas;
  • Ínguas no pescoço igualmente persistentes (por período superior a três semanas);
  • Tosse frequente;
  • Alterações na voz, como rouquidão ou dificuldade para pronunciar as palavras claramente;
  • Dificuldade para engolir líquidos e/ou alimentos;
  • Dor de ouvido;
  • Perda de peso não intencional;
  • Dificuldade para respirar.

Diagnóstico do câncer de garganta

Para diagnosticar o câncer de garganta, o médico poderá lançar mão de algumas abordagens.

Inicialmente, é utilizado um endoscópio semelhante ao do exame de endoscopia digestiva para analisar a garganta – o aparelho possui uma câmera na ponta que transmite as imagens para uma tela. Também pode ser usado um laringoscópio, que é inserido na laringe para avaliar as cordas vocais.

Se durante os exames for detectada alguma anormalidade, o passo seguinte é colher uma amostra do tecido e enviar para análise laboratorial. Esse exame, chamado de imuno-histoquímica, testa a célula tumoral em busca de uma proteína específica que, quando presente, representa uma característica do tumor relacionado ao HPV.

Detectado o câncer de garganta, é necessário fazer seu estadiamento, ou seja, descobrir o grau da doença. Exames de imagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética ou PET Scan, poderão ser solicitados para determinar a extensão da doença e verificar se ele afetou os gânglios linfáticos ou outros órgãos. 

Tratamento

A escolha do tratamento mais adequado é baseada em fatores como a localização do tumor e seu estadiamento, tipos de células presentes, se há infecção pelo HPV, estado de saúde geral do paciente e preferências pessoais. Os possíveis procedimentos são:

  • Cirurgia – normalmente é a abordagem inicial, mas depende da localização e do estágio em que o câncer se encontra, além das condições de saúde do paciente, para poder ser realizada;
  • Radioterapia – indicada para cânceres de garganta pequenos ou que ainda não se espalharam para os linfonodos. Pode ser associada à quimioterapia ou à cirurgia. Em estágios avançados da doença, auxilia a reduzir os sintomas e deixar o paciente mais confortável;
  • Quimioterapia – geralmente é feita junto com a radioterapia, com o objetivo de matar as células cancerosas;
  • Terapia-alvo – trata o câncer de garganta tirando vantagem de defeitos presentes nas células cancerosas que alimentam o seu crescimento, evitando que elas continuem se multiplicando;
  • Imunoterapia – o próprio sistema imunológico do paciente é estimulado a produzir proteínas que ajudem as células saudáveis a se “esconder” das cancerosas. Esse tipo de tratamento costuma estar restrito a casos mais avançados de câncer e que não respondem aos tratamentos convencionais.

Equipes multidisciplinares são necessárias no tratamento do câncer de garganta. Normalmente atuam oncologista clínico, cirurgião de cabeça e pescoço, rádio-oncologista, fonoaudiólogo, dentista, fisioterapeuta e enfermeiro.  Eles acompanham o paciente de uma forma global, participando ativamente do tratamento e da reabilitação.

Esta última etapa é importante porque, depois do tratamento, é comum o paciente ficar com complicações que requerem um acompanhamento para a retomada da vida normal – será preciso recuperar a capacidade de engolir, ingerir alimentos sólidos e mesmo de falar.

Prevenção

Não existe uma maneira cientificamente comprovada de prevenir que o câncer de garganta aconteça. Mas, alguns cuidados podem ser úteis na redução do risco. São eles:

  • Não fumar;
  • Se consumir bebidas alcoólicas, fazê-lo com moderação;
  • Proteger-se contra o HPV – utilizar preservativo em todas as relações sexuais e discutir com seu médico sobre a vacina contra o HPV, que diminui o risco de infecção e potencialmente evita o câncer de garganta, assim como outros tipos de neoplasias associados a este vírus, como o câncer do colo uterino.

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