Car-T: técnica apontada como “pole position” na luta contra o câncer é tema de debate em Congresso Internacional sediado em São Paulo

Principal avanço da atualidade na oncologia, tratamento considerado revolucionário vem mudando o cenário de combate a tumores hematológicos e acena para um futuro promissor na luta contra diferentes tipos de câncer; Evento no WTC Events Center promovido pelo Instituto Oncoclínicas é Dana-Farber Cancer Institucionais reúne os principais nomes da oncologia mundial

Principal avanço da atualidade na oncologia, tratamento considerado revolucionário vem mudando o cenário de combate a tumores hematológicos e acena para um futuro promissor na luta contra diferentes tipos de câncer; Evento no WTC Events Center promovido pelo Instituto Oncoclínicas é Dana-Farber Cancer Institucionais reúne os principais nomes da oncologia mundial.

Renato Cunha (Foto: Masao Goto)

Renato Cunha (Foto: Masao Goto)

Técnicas de engenharia genética vêm revolucionando a oncologia e, dentre todas elas, as de CAR-T Cell já se tornaram, definitivamente, os grandes destaques, com resultados promissores no tratamento de doenças oncológicas do sangue, tais como mieloma múltiplo, leucemia e linfoma de células B. O tema, que recentemente foi capa da renomada revista científica Nature, é um dos destaques do Congresso Internacional Oncoclínicas, que acontece entre 14 e 16 de setembro presencialmente em São Paulo, no WTC Events Center, e com transmissão ao vivo por plataformas divisoras.

A importância e os avanços desta técnica, assim como os desafios na área, fazem parte do painel Terapia Celular, que acontece em 15/09 a partir das 11h10. De forma resumida, a terapia CAR-T utiliza as atividades de células T, que estão no sistema imunológico e defendem o corpo de doenças e demais corpos estranhos ou contaminados com vírus, por exemplo. O princípio do novo tratamento é manipular essas células para que elas possam combater também os agentes cancerígenas. Ela vem se mostrando promissora para casos avançados, em que os recursos para tratamento se mostravam pouco efetivos para frear a progressão da doença.

“São drogas vivas, chamadas de terapia celular, que aprimoram o sistema de defesa do paciente para que ele promova a cura através da destruição das células do câncer. Dentre elas, o CAR-T é uma nova modalidade de tratamento que, pela sua importância, insere-se como um novo pilar na jornada de tratamento do paciente, junto com a imunoterapia, quimioterapia e radioterapia. Nesse caso, no entanto, ela oferece uma resposta mais específica, pois trabalha de forma personalizada, guiada para tratar aquela célula, aquele câncer, aquela mutação, e não apenas de uma maneira geral, em todo o corpo”, analisa Renato Cunha, hematologista e líder do Programa de Terapias Gênicas do Grupo Oncoclínicas.

Nos Estados Unidos, a FDA (órgão equivalente à Anvisa) vem aprovando tratamentos desde 2017. Desde então, mais de 20 mil pessoas já se submeteram a algum tipo de terapia CAR-T, segundo a publicação. Aqui no Brasil, o primeiro paciente tratado foi em 2019 de forma experimental, já que as primeiras drogas aprovadas pela Anvisa aconteceram apenas em 2022. Para Renato Cunha, um dos maiores pesquisadores do assunto no Brasil e palestrante do evento, os desafios ainda são grandes. “Falta capacidade de produzir rapidamente grandes quantidades de células. Precisamos de novas tecnologias para o processamento”, afirma.

Como aponta o médico, para realizar pesquisas e experimentos é preciso trilhar um caminho longo pautado, sobretudo, em demonstrar a segurança e efetividade do tratamento proposto. Mas os avanços são impressionantes, conforme apontam os resultados que vêm sendo verificados mundialmente.

No Grupo Oncoclínicas, os procedimentos envolvendo CART começam a ser realizados na prática, para além do ambiente de estudos, fazendo dele atualmente um dos poucos centros de saúde já autorizados a realizar o procedimento no país. O primeiro com o uso da técnica em um paciente aconteceu no final de março, em Minas Gerais.

“Contamos com uma equipe de médicos hematologistas, especialistas e outros profissionais da saúde que foram treinados para garantir o que há de melhor e mais moderno dessa nova linha de cuidado onco-hematológica. Além disso, a Oncoclínicas construiu uma linha de cuidados nacional, com absoluto rigor técnico das indicações. Através desse modelo, conseguimos atender e encaminhar para tratamento com células CAR-T pacientes de qualquer região do Brasil”, ressalta Cunha.

Segundo ele, o desenvolvimento dessa nova frente de atuação demandou, adicionalmente, uma intensa troca de conhecimento com outros centros de oncologia e hematologia de fora do país. “Para estarmos aptos a incluir o CAR-T na linha de cuidados oncológicos oferecida pela Oncoclínicas passamos os últimos anos em um intenso processo de imersão no assunto. Contamos especialmente com o apoio do Dana-Farber Cancer Institute, da Harvard Medical School – referência global no tratamento do câncer e com o qual contamos com uma parceria exclusiva para a América Latina. Assim foram somadas expertises nesse processo de aprimoramento, tanto das áreas físicas como da estruturação das práticas para realização das etapas que envolvem esse tipo de tratamento, criando um centro completo e altamente qualificado para atendermos aqueles que forem elegíveis à terapia CAR-T, como o cancer center que temos em Belo Horizonte, o Oncobio”, diz Cunha.

 

Como funciona?
As CAR-T Cells são feitas com células do sistema de defesa do organismo, especificamente os linfócitos T, que circulam no sangue das pessoas. Eles são colhidos por meio de um processo de separação semelhante à hemodiálise, chamado aférese, são congeladas e enviadas a um laboratório de altíssima tecnologia para manufatura do produto final.

Após a coleta de sangue dos pacientes, os especialistas isolam um tipo de leucócito (célula de defesa) conhecido como linfócito T, que é um dos principais responsáveis pela defesa do organismo. Essa célula é capaz de reconhecer antígenos de agentes infecciosos ou de tumores e desencadear mecanismos que provocam a morte da célula alvo, defendendo o organismo. Para a construção do receptor quimérico (CAR) um vetor viral é usado como auxiliar (um vírus cujo material genético é alterado em laboratório) e introduzido no linfócito T extraído, que passa a reconhecer o antígeno específico do câncer e o ataca. É uma combinação que envolve modificação gênica, imunoterapia e terapia celular para gerar uma medicação personalizada para cada paciente.

Os leucócitos reprogramados são então multiplicados em laboratório e, depois, infundidos no paciente. Desta forma, as células do organismo são expostas a um vírus (vetor viral) que não causa doença, mas funciona como um mensageiro que leva as informações necessárias para que passem a fabricar receptores de antígenos específicos que vão reagir contra as células do tumor.

“De forma simplificada, as células geneticamente modificadas adquirem a capacidade de ‘enxergar’ e destruir as células cancerígenas, descobrindo onde estão os ‘inimigos’ que estavam enganando os mecanismos de resistência do sistema de defesa humano do paciente”, finaliza Renato Cunha.

Sobre a Oncoclínicas&Co
A Oncoclínicas – maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina – tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.600 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 134 unidades em 35 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.

Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos e acesso ao tratamento oncológico, realizando mais de 595 mil tratamentos nos últimos 12 meses. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MedSir, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional.

Para mais informações, acesse www.grupooncoclinicas.com

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