O esôfago localiza-se entre a faringe e o estômago. É um tubo de cerca de 25 centímetros que permite a passagem da comida através de contrações musculares.
O esôfago é um órgão tubular que liga a faringe ao estômago e tem a função de permitir a passagem do alimento ou bebida. Já o estômago é um órgão entre o esôfago e o duodeno, que tem o papel principal de digestão dos alimentos por meio da ação do suco gástrico.
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) ocorre quando há incompetência do esfíncter gastroesofágico, um anel muscular que regula a passagem de alimentos do esôfago para o estômago. Sua função é abrir quando o bolo alimentar está sendo engolido e se fechar quando o alimento já está na região estomacal. Assim, evita-se que haja refluxo alimentar para o esôfago, juntamente com o ácido clorídrico e enzimas gástricas que participam do processo de digestão. Quando essa estrutura não está funcionando, provoca um processo de queimadura química crônica que, com o passar do tempo, provoca alterações no epitélio de revestimento esofágico, podendo se transformar em câncer.
O esôfago de Barret é uma condição provocada pelo dano prolongado da mucosa esofágica pelo refluxo ácido de conteúdo estomacal. O tecido epitelial que reveste o estômago é apropriado para suportar um pH baixo, condição fundamental para o processo de digestão que acontece nesse local. Entretanto, o epitélio de revestimento mucoso do esôfago não.
Quando o paciente é portador crônico da doença do refluxo gastroesofágico e não é tratado corretamente, desenvolve-se uma queimadura química na porção de transição entre o esôfago e o estômago. Nesses casos, o tecido esofágico, despreparado para isso, inicia um processo de transformação. Ele perde suas características escamosas e ganha propriedades de mucosas para tentar se adequar, processo conhecido como metaplasia e que caracteriza o esôfago de Barret histologicamente. E o risco reside aí: a inflamação crônica induz a tantas mudanças, que uma célula maligna pode se originar e dar início ao crescimento de um câncer no esôfago.
É importante esclarecer que o paciente com diagnóstico de esôfago de Barret não é portador de câncer. Ele apenas possui uma lesão que aumenta suas chances de desenvolver a doença se a inflamação persistir. Essa condição merece acompanhamento médico especializado e constante. O tratamento clínico é de suma importância e visa combater veementemente o refluxo com medidas clínicas e farmacológicas.