É preciso ficar atento a uma pequena diferença de sangue nas fezes. Se ele aparece misturado às matérias fecais, pode ser um sinal de câncer de intestino. Mas se se apresenta à parte das fezes, é possível que seja uma alteração nas hemorroidas. É preciso ficar atento, procurar o médico e realizar um exame de toque retal; pelo qual é possível ter o diagnóstico definitivo.
Os métodos de rastreamento do câncer de mama, de colo uterino e de próstata já fazem parte da mentalidade da população geral quando se trata de diagnóstico precoce e prevenção de neoplasias. Quase todos estão familiarizados com as indicações de mamografia, do Papanicolau e do exame prostático. Entretanto, poucos conhecem ou já ouviram falar de um exame de igual importância nesse quesito: a colonoscopia preventiva.
Talvez seja novidade para muitos, mas não é exagero dizer que o câncer de reto e o do intestino grosso (cólon) são as neoplasias que possuem o maior potencial preventivo na medicina. E isso é explicado pelo fato de se originarem, na maioria dos casos, de lesões pré-malignas (pólipos) que podem ser identificadas pela colonoscopia, ainda antes de se transformarem em um câncer. A colonoscopia, em termos simples, consiste em um método diagnóstico que, por meio de uma câmera, permite ao médico enxergar o interior da porção final do trato digestivo. Assim, é possível identificar lesões precursoras desde o início do intestino grosso (ceco) até o reto, com a vantagem de permitir a coleta de biópsias e, inclusive, a sua ressecção completa, poupando o paciente de cirurgias invasivas.
Como se sabe, a chave da prevenção é o rastreamento regular. Existem diversos testes validados com esse propósito, entre eles a pesquisa de sangue oculto nas fezes, a pesquisa de DNA tumoral nas fezes e a retossigmoidoscopia flexível. Entretanto, entendemos que a colonoscopia assume posição de destaque também por suas propriedades terapêuticas e por isso será abordada especificamente neste tópico.
Recomenda-se que uma colonoscopia preventiva de base seja realizada em todas as pessoas, aos 50 anos de idade. Então, a partir dos seus achados, um plano de seguimento será traçado pelo médico assistente. Indivíduos com o exame normal podem precisar repeti-lo somente em 5 a 10 anos. Do contrário, se forem encontrados pólipos pré-malignos, a depender de sua quantidade, aspecto ou tamanho, uma nova avaliação mais precoce poderá ser indicada, com intervalos de 2 a 3 anos.
Mas pessoas com maior risco merecem particularização do caso. Em famílias em que a prevalência da doença é alta e há relatos de acometimento de entes próximos genealogicamente, o acompanhamento colonoscópico deve se iniciar aos 40 anos, ou 10 anos antes do caso mais jovem (o que ocorrer primeiro). Ao passo que quando há comprovação da mutação genética que conduz à polipose adenomatosa familiar, por exemplo, o início do seguimento poderá ocorrer tão cedo quanto aos 10 anos de idade.
Não. Um pólipo colônico consiste em um grupamento de células que se projetam para o interior do cólon. A maioria deles é inofensiva. Entretanto, alguns carregam consigo potencial de se transformar em um câncer que, se não tratado, pode se disseminar pelo organismo.
Não. Os divertículos são pequenas bolsas que se formam na parede do trato digestivo e são muito comuns no cólon, principalmente após os 40 anos de idade. São formados por tecidos sadios, sem características de malignidade. Quando uma dessas estruturas se inflama, à semelhança da apendicite, instala-se um quadro de diverticulite. Esse processo é comum em pacientes idosos e pode envolver desde quadros mais simples, tratados apenas com antibióticos, até casos complexos, que demandam tratamento cirúrgico.