8ª Edição

CheckMate-577 abre uma nova perspectiva para o tratamento do câncer de esôfago e da transição esôfago-gástrica com a imunoterapia

por: Rodolfo Teixera
CheckMate-577 abre uma nova perspectiva para o tratamento do câncer de esôfago e da transição esôfago-gástrica com a imunoterapia

O risco de recidiva após a quimiorradioterpia neoadjuvante seguida por cirurgia (chamada de terapia trimodal) permanece elevado no câncer de esôfago (CE) ou da transição esôfago-gástrica (TEG). Ainda não existe nenhum tratamento nesse cenário. O CheckMate 577 é o primeiro estudo global, randomizado, duplo-cego e fase 3 a relatar a eficácia e segurança de um inibidor de checkpoint no cenário adjuvante após o tratamento trimodal para o CE/TEG.

Na opinião da oncologista clínica especialista em tumores gastrointestinais e neuroendócrinos, que atua no Centro Paulista de Oncologia (CPO), do Grupo Oncoclínicas, Renata D’Alpino Peixoto, os resultados superaram as expectativas. “Este é o primeiro tumor, após o melanoma, em que a imunoterapia adjuvante se mostrou benéfica”, diz. “Apesar de as taxas de recidivas serem altas (maiores que 50%), ninguém sabe ao certo a melhor maneira de acompanhar tais pacientes, ou mesmo se qualquer acompanhamento (por imagem e/ou exames laboratoriais) traz alguma redução do risco de morrer pela doença”, diz.

A conduta para esse tipo de paciente, antes do CheckMate 577, era apenas a observação clínica. “Na minha visão, diante da eficácia demonstrada até aqui, com o uso do nivolumabe sendo capaz de dobrar a mediana de sobrevida livre de doença (SLD) e com perfil aceitável de toxicidades clínicas, a terapia tem potencial desde já para ser incorporada como novo tratamento padrão”, comenta Bruno Protásio, oncologista da clínica NOB, Grupo Oncoclínicas, em Salvador (BA).

O CheckMate-577 incluiu quase 800 pacientes com CE/TEG, estádios II ou III, tratados com trimodalidade e que apresentavam doença residual na peça da esofagectomia. Eles foram randomizados para observação ou para tratamento com imunoterapia, o nivolumabe, por até um ano. Os grupos receberam placebo ou nivolumabe 240 mg por infusão intravenosa a cada duas semanas, durante 16 semanas, seguido de nivolumabe 480 mg a cada quatro semanas, até a progressão da doença ou toxicidade inaceitável. Ao final do trabalho, os autores demonstraram um benefício estatisticamente significativo na sobrevida livre de doença (SLD) em favor do tratamento com imunoterapia, dobrando, inclusive, a mediana de SLD no braço imunoterapia, de 11 meses para 22,4 meses.

Sobre a segurança no uso do nivolumabe, o CkeckMate 577 reportou, na maioria dos casos, toxicidades manejáveis e concordantes com estudos prévios envolvendo essa medicação.

Acesse o nosso site e conheça todos os detalhes do estudo CheckMate 577.

 

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