Medicina da dor também conhecida como Medicina Intervencionista da Dor, os principais objetivos desta área médica são reduzir e controlar a dor, ajudando o paciente a melhorar sua produtividade e qualidade de vida, aspectos que ficam prejudicados nos casos de dor crônica. O médico da dor pode determinar quais são os melhores recursos para garantir um tratamento que atenda as principais necessidades e possibilidades em cada caso.
No câncer, a dor pode ser o primeiro e único sintoma e pode ser sentida em todos os estágios da doença, dependendo do tipo de tumor e do tratamento, que inclui cirurgias, radioterapia e quimioterapia. De acordo com a Sociedade Brasileira para Estudo da Dor, estima-se que cerca de 1/3 dos pacientes oncológicos curados apresentarão dor na forma crônica. Por isso, além de fazer parte do tratamento, o seu controle é muito importante para garantir qualidade de vida ao paciente.
Tipos de dor na oncologia
Dor oncológica – A maior parte dos casos de dor ocorre quando um tumor pressiona os ossos, nervos e órgãos do corpo. Pacientes com doença avançada são mais propensos a sentirem dor.
Compressão da medula espinhal – Quando um tumor invade a coluna vertebral, pode pressionar a medula espinhal. Isso é denominado compressão da medula espinhal. O primeiro sinal da compressão é geralmente dor na parte posterior do pescoço ou dor de garganta, às vezes com dormência ou fraqueza em um braço ou perna. Tossir, espirrar ou realizar outros movimentos, muitas vezes, agravam a dor.
Dor óssea – Esse tipo de dor pode acontecer quando a doença se dissemina para os ossos. O tratamento visa controlar o câncer e proteger os ossos afetados. A radioterapia é feita para tratar o osso afetado. A dor óssea também pode ocorrer como um efeito colateral dos medicamentos como os fatores de crescimento ou fatores estimuladores de colônias.
Dor cirúrgica – A cirurgia é realizada para tratar cânceres que cresceram como tumores sólidos, mas outros tratamentos, como quimioterapia ou radioterapia também podem ser administrados de forma concomitante. Dependendo do tipo de cirurgia, sentir dor é algo esperado. Entretanto, são prescritos medicamentos de modo que o paciente não tenha que sentir dor. A dor devido a uma cirurgia pode durar de alguns dias a algumas semanas, dependendo do tipo e extensão de procedimento cirúrgico.
Dor “fantasma” – Esse é um efeito de maior duração da cirurgia, além da dor cirúrgica habitual. Se você já teve um braço, perna ou mesmo uma mama retirada, você ainda pode sentir dor ou ter outras sensações incomuns ou desagradáveis que parecem estar vindo da parte ausente do corpo. Não está claro porque isso acontece, mas a dor fantasma é real, não é imaginação.
Dor de outros tratamentos contra o câncer – Alguns dos efeitos colaterais provocados pela quimioterapia e radioterapia podem provocar dor. A dor pode até levar à suspensão do tratamento se não for bem gerenciada.
Neuropatia periférica – Essa condição refere-se a dor, ardor, formigamento, dormência, fraqueza, dificuldade para andar ou sensações estranhas nas mãos, braços ou pernas e pés. A neuropatia periférica pode ser provocada por determinados tipos de medicamentos quimioterápicos, embora também possa ser devido a deficiências vitamínicas, câncer e outros problemas de saúde, como diabetes e infecções.
Feridas na boca – A quimioterapia pode provocar feridas e dor na boca e garganta (estomatite ou mucosite). A dor pode ser intensa a ponto de impedir que o paciente se alimente ou inclusive tenha dificuldades para falar.
Mucosite e outras lesões devido à radioterapia – A dor devido ao tratamento radioterápico depende da parte do corpo que foi irradiada. A radioterapia pode provocar queimaduras cutâneas, mucosite (aftas) e cicatrizes, que podem provocar dor. A garganta, intestino, pulmão e bexiga também são suscetíveis a danos provocados pela radioterapia.
Dor devido a procedimentos e exames – Alguns exames realizados para diagnóstico do câncer e avaliação da resposta do tumor ao tratamento podem ser dolorosos. A preocupação com a dor não deve impedir a realização do exame, já que ela pode ser tratada após o procedimento.
Tratamento da dor
O paciente deve ter acesso a um tratamento analgésico individualizado, planejado por uma equipe multiprofissional, em parceria com o oncologista. Existem várias técnicas disponíveis, como bloqueios analgésicos/anestésicos, neurocirurgia, fisioterapia, acupuntura, implante de aparelhos analgésicos, confecção de órteses e próteses.
Em uma escala, avalia-se se a intensidade e natureza do sofrimento físico e sua resposta aos tratamentos. Nos pacientes com dores crônicas, o apoio biológico, psicológico, espiritual e social também pode ajudar a enfrentar o sofrimento. Segundo a Escada Analgésica da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1986, que recomenda, com base na severidade da dor e da eficácia dos analgésicos, a adoção dos seguintes passos:
Degrau 1: Leve. Usar analgésicos não opiáceos que, em geral, podem ser comprados sem receita médica;
Degrau 2: Moderada. Se a droga não opiácea não proporciona alívio, se introduz um opióide fraco.
Degrau 3: Intensa. Se o tratamento com os analgésicos do passo 2 for ineficiente, devem ser prescritos medicamentos opióides fortes. Segundo a OMS, o padrão ouro para o tratamento da dor no câncer é a morfina, pois é um medicamento barato e acessível.
REFERÊNCIAS
https://www.americasmed.com.br/central-de-conteudo/informativos/tratamento-da-dor-em-oncologia
https://oquefazumneurologista.com.br/medico-especialista-em-dor-saiba-mais-sobre-este-profissional/
https://rbc.inca.gov.br/site/arquivos/n_43/v01/artigo2_completo.html