Tipos de câncer

Pâncreas

O câncer de pâncreas é um tumor que se desenvolve no órgão responsável pela liberação de enzimas no processo de digestão. É mais comum em homens e seu aparecimento aumenta com a idade. Tabagismo e obesidade são fatores de risco. Saiba mais.
4 min de leitura
por: Rodolfo Teixera
Pâncreas
O câncer de pâncreas é mais comum em homens e seu aparecimento aumenta com a idade. Tabagismo e obesidade são fatores de risco.

O que é o câncer de pâncreas

O pâncreas é o órgão responsável pela liberação de enzimas que agem no processo da digestão e pela produção de hormônios que ajudam a manter o açúcar no sangue controlado. Ele é composto por três partes: a cabeça (lado direito), o corpo (centro) e a cauda (lado esquerdo). O tipo de câncer de pâncreas mais comum é o adenocarcinoma, correspondendo a 90% dos casos diagnosticados, sendo a maioria deles localizados na região da cabeça do órgão.

De acordo com a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), os casos de câncer de pâncreas aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 habitantes entre 40 e 50 anos para 116/100.000 habitantes entre 80 e 85 anos. No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes causadas pela doença.

Alguns fatores de risco contribuem para o surgimento do câncer pancreático. Alguns deles são modificáveis por meio de tratamento e mudanças no estilo de vida. São eles:

  • Tabagismo;
  • Sobrepeso ou obesidade;
  • Diabetes;
  • Pancreatite crônica; e
  • Exposição laboral a determinados agentes químicos.

Os fatores de risco não modificáveis incluem:

  • Idade;
  • Sexo masculino;
  • Afrodescendência;
  • Histórico familiar;
  • Síndromes genéticas hereditárias (síndrome hereditária para câncer de mama e ovário, causada por mutações no gene BRCA1 ou BRCA2; câncer de mama hereditário; síndrome do melanoma multipolar atípico familiar (FAMMM); pancreatite hereditária; síndrome de Lynch; e síndrome de Peutz-Jeghers); e
  • Pancreatite crônica desencadeada por alteração genética.

 Sintomas e sinais do câncer de pâncreas

O câncer de pâncreas não costuma causar sinais ou sintomas em estágio muito inicial – eles geralmente ocorrem quando o tumor já se encontra em um tamanho grande ou quando o câncer se espalhou para outras partes do corpo. É importante estar atento a alguns sinais e sintomas, como

  • Fraqueza;
  • Perda de peso;
  • Falta de apetite;
  • Dor abdominal;
  • Dor nas costas;
  • Urina escura;
  • Icterícia (olhos e pele de cor amarela);
  • Náuseas;
  • Dores nas costas;
  • Trombose venosa profunda (identificação de um coágulo sanguíneo, geralmente em uma veia principal, como na perna);
  • Diabetes de início recente; e
  • Piora abrupta de um diabetes já antigo.

Embora esses sintomas não sejam exclusivos do câncer de pâncreas, podem oferecer indícios ao médico. Importante também estar alerta ao diabetes, que tanto pode ser um fator de risco para o câncer de pâncreas como uma manifestação clínica que antecede a sua descoberta. Alguns estudos apontam que em 74% a 88% dos indivíduos portadores de câncer de pâncreas e diabetes, o diagnóstico do diabetes ocorre em uma janela de 24 meses antes da identificação da neoplasia.

Diagnóstico do câncer de pâncreas

O diagnóstico do câncer pancreático raramente acontece em seus estágios iniciais, quando as chances de cura são maiores. Isso acarreta na descoberta de um câncer mais agressivo, com elevada taxa de mortalidade.

A primeira etapa diagnóstica é a realização de um exame físico e da coleta de dados sobre o histórico pessoal e familiar do paciente. Algumas dessas informações podem oferecer pistas importantes ao médico.

Na próxima fase, o indivíduo é submetido a exames complementares, como:

  • Exames laboratoriais (exames de sangue que avaliam a função hepática ou marcadores tumorais, como o CA 19-9 ou antígeno carcinoembrionário – CEA);
  • Exames de imagem (como tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET Scan, que permitem visualizar o tumor, sua extensão e se ele se espalhou para outras partes do corpo);
  • Colangiopancreatografia (avalia se os dutos biliares e pancreáticos estão bloqueados, estreitos ou dilatados);
  • Angiografia (exame de imagem específico para a visualização dos vasos sanguíneos);
  • Biópsia (pode ser feita via percutânea, em que o médico insere uma agulha fina pelo abdômen e remove uma pequena amostra do tumor; endoscópica, onde a amostra é colhida durante o exame de endoscopia; guiada por tomografia computadorizada; ou cirúrgica).

Tratamento

Feito o diagnóstico e definidos o tipo de tumor e o estágio em que o câncer se encontra (estadiamento do tumor), o médico especialista e sua equipe multidisciplinar traçam um plano de tratamento.

A cirurgia é a única abordagem capaz de oferecer chance curativa. No entanto, ela é uma opção apenas na minoria dos casos, já que na maioria das vezes o diagnóstico é feito quando a doença se encontra em fase avançada.

Outras formas de tratamento incluem a radioterapia e a quimioterapia, que podem ser feitas sozinhas ou associadas,  para diminuir o tumor e/ou para eliminar células cancerosas que possam ter restado após uma cirurgia.

Quando o câncer de pâncreas se encontra em um estágio muito avançado, a probabilidade de cura com esses tratamentos é muito baixa. Nesse caso, o objetivo passa a ser o conforto do paciente e o alívio dos sintomas por meio dos cuidados paliativos.

Prevenção

É possível reduzir o risco de desenvolver câncer pancreático ao:

  • Parar de fumar;
  • Manter um peso saudável;
  • Adotar hábitos de vida saudáveis, que incluam uma dieta balanceada, rica em vegetais, frutas e grãos integrais, além de reduzir o tamanho das porções ingeridas;
  • Praticar atividades físicas regularmente; e
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

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