Tipos de câncer

Colorretal

O câncer colorretal inclui tumores que se desenvolvem na parte do intestino grosso (o cólon) e no reto (final do intestino, porção localizada antes do ânus). A incidência é maior a partir dos 50 anos e aumenta com o avançar da idade. Saiba mais.
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por: Rodolfo Teixera
Colorretal
O câncer colorretal inclui tumores que se desenvolvem na parte do intestino grosso e no reto. A incidência é maior a partir dos 50 anos de idade.

O câncer colorretal inclui tumores que atingem uma parte do intestino grosso (o cólon) e o reto (final do intestino, porção localizada antes do ânus). Quando diagnosticado precocemente, costuma ser tratável e, em grande parte dos casos, curável. Isso é possível geralmente quando ele ainda não se espalhou para outros órgãos (na chamada metástase).

A maioria desses tumores começa a partir do surgimento de pólipos, que são lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.

O câncer de reto propriamente dito também começa nas células de revestimento e tem início como um pólipo. Sua incidência é de aproximadamente 29% dentre os tumores intestinais. Vale detalhar que o reto é a porção do intestino grosso delimitada inferiormente pela linha pectínea. O reto baixo fica a até 5 cm da borda anal, o reto médio, entre 5 e 10 cm da borda anal, e o reto alto, entre 10 e 15 cm da borda anal.

Os dados da última estimativa mundial apontam que foram notificados 1 milhão de novos casos de câncer do cólon e reto em homens, sendo o terceiro tumor mais incidente entre todos os cânceres masculinos, com um risco estimado de 26,6/100 mil. Já para as mulheres, esse número foi um pouco menor, com o registro de 800 mil casos novos, sendo o segundo tumor mais frequente, com taxa de incidência de 21,8/100 mil.

No Brasil, estima-se que entre os anos de 2018 e 2019 36.360 novos casos de câncer colorretal tenham surgido, sendo 17.380 em homens e 18.980 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco de 16,83 casos novos a cada 100 mil homens e 17,9 para cada 100 mil mulheres em nosso país.

Em termos de mortalidade, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), em 2017 foram observados no Brasil 9.207 óbitos por câncer de cólon e reto (9,12/100 mil) em homens e 9.660 (9,33/100 mil) em mulheres.

A incidência do câncer colorretal tem uma elevação significativa após os 50 anos e continua aumentando com o avançar da idade, apesar de o número de casos ter aumentado recentemente em pacientes mais jovens.

Os fatores de risco do câncer de reto, especificamente, são muito relacionados aos hábitos alimentares e de vida e a condições prévias de saúde. Entre eles, destacam-se:

  • Dietas ricas em carnes vermelhas, carnes processadas e carnes expostas a calor intenso;
  • Dietas pobres em fibras (frutas, legumes e verduras);
  • Sedentarismo (pois a obesidade é um fator de risco, e manter a prática regular de exercícios ajuda a evitá-la);
  • Doenças inflamatórias intestinais crônicas (tais como colite ulcerativa e doença de Crohn);
  • Histórico familiar de casos de câncer colorretal; e
  • Síndromes familiares (em especial, a síndrome de Lynch e a polipose adenomatosa familiar – FAP)

Subtipos de câncer colorretal

A imensa maioria dos tumores colorretais é classificada como adenocarcinomas. Esses cânceres começam em células que secretam o muco com o objetivo de lubrificar o interior do cólon e do reto e possuem alguns subtipos, como o adenocarcinoma de célula de anel de sinete e o mucinoso.

Outros tipos de tumor que podem começar no cólon e no reto incluem:

  •       Tumores carcinoides;
  •       Tumor estromal gastrointestinal (GIST);
  •       Linfomas; e
  •       Sarcomas.

Sintomas do câncer colorretal

O câncer colorretal pode ser uma doença silenciosa e não causar sintomas imediatos. Mas, quando presentes, podem incluir:

  • Alteração nos hábitos intestinais, como diarreia, constipação ou estreitamento das fezes, que perdura por alguns dias;
  • Mesmo após a evacuação, não há sensação de alívio, parecendo que nem todo conteúdo fecal foi eliminado (sintoma especialmente sugestivo nos casos de câncer de reto);
  • Sangramento retal (o sangue costuma ser bem vermelho e brilhante);
  • Presença de sangue nas fezes, tornando a sua coloração marrom escuro ou preta;
  • Cólica ou dor abdominal;
  • Sensação de fadiga e fraqueza; e
  • Perda de peso sem motivo aparente.

É importante ressaltar que muitos desses sintomas podem ser causados por outras condições que não sejam câncer colorretal, como infecção, hemorroida ou Síndrome do Intestino Irritável. Por isso a importância de, ao primeiro sinal de anormalidade, buscar por uma avaliação médica.

Diagnóstico do câncer colorretal

O primeiro passo do diagnóstico do câncer colorretal é traçar o histórico médico do paciente para a identificação de possíveis fatores de risco.

O exame físico pode incluir palpação do abdômen em busca de anormalidades, como massas ou órgãos aumentados. Além disso, pode ser necessária também a realização de um exame digital retal, em que o médico insere um dedo (protegido por uma luva lubrificada) no reto para avaliar se existem áreas anormais.

Outros exames podem ser solicitados no processo diagnóstico do câncer colorretal. São eles:

  • Exame de fezes;
  • Exames de sangue;
  • Colonoscopia;
  • Biópsia; e
  • Exames de imagem (raio X, ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia computadorizada e PET Scan).

No diagnóstico também é determinado o estadiamento do câncer colorretal, ou seja, a fase em que o tumor é classificado. Ele é bastante útil para auxiliar o médico na tomada de decisões sobre o tratamento. No câncer colorretal, são quatro os estádios:

  • Estádio I – tumor confinado à mucosa (IA) ou a camada muscular (IB) do cólon ou do reto e sem comprometimento dos linfonodos (gânglios);
  • Estádio II – tumor confinado à serosa que reveste o cólon ou reto (IIA) ou que atingiu órgãos vizinhos (IIB), mas sem comprometimento dos linfonodos (gânglios);
  • Estádio III – comprometimento dos linfonodos próximos ao cólon ou reto; e
  • Estádio IV – comprometimento de órgãos distantes.

Tratamento

O médico e uma equipe multidisciplinar determinam as opções de tratamento de acordo com o diagnóstico do câncer colorretal.

As principais abordagens adotadas no manejo do câncer colorretal são:

  • Tratamentos locais – tratam o tumor sem afetar o restante do corpo. Eles estão mais indicados nos estádios iniciais da doença (em tumores menores que ainda não se espalharam/metástase), mas também podem ser utilizados em outras situações. Os principais tipos utilizados no câncer colorretal incluem cirurgia, ablação, embolização e radioterapia;
  • Tratamentos sistêmicos – por meio do uso de drogas orais (comprimidos) ou endovenosas (na veia), que são aplicadas diretamente na corrente sanguínea. Dependendo do tipo de câncer colorretal, pode-se utilizar quimioterapia, terapias-alvo e/ou imunoterapia.

Prevenção

A prevenção primária do câncer colorretal inclui medidas para diminuir o risco de desenvolver a doença, como:

  • Adotar uma dieta rica em fibras, frutas, verduras e legumes;
  • Reduzir o consumo de carnes vermelhas e de gordura animal;
  • Praticar atividades físicas, já que o sedentarismo aumenta o risco de desenvolvimento da doença;
  • Manter um peso saudável (lembrando que a obesidade é um fator de risco para esse câncer); e
  • Evitar o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas.

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