Aproximadamente 70 a 80% dos pacientes diagnosticados com câncer de bexiga se apresentarão com tumores superficiais, que, no geral, são de melhor prognóstico. As chances de cura são maiores naqueles casos de baixo grau e em que não houve comprometimento de camadas mais profundas da bexiga, como a musculatura. Do contrário, se a neoplasia demonstra características de maior agressividade, como o alto grau nuclear, invasão muscular, acometimento de linfonodos, ou se o paciente já possui metástases a distância, as possibilidades de cura se tornam menores.
Lembre-se de que as taxas de sobrevida baseiam-se simplesmente em resultados de grandes grupos populacionais que tiveram a doença e foram acompanhados ao longo do tempo, mas elas não podem predizer o que irá acontecer individualmente. Mesmo porque muitos outros fatores estão envolvidos no prognóstico do paciente, incluindo problemas de saúde associados, hábitos de vida como o tabagismo e o quão bem seu organismo responde às modalidades de tratamento. Seu médico poderá ajudá-lo a interpretar os números e a adequar as respostas a seu caso.
Pacientes com câncer de bexiga classicamente se apresentam com hematúria (sangramento na urina) não dolorosa e intermitente (períodos de melhora e de piora). Dor no baixo ventre, sensação de urgência urinária e dor nas micções também podem estar presentes. O diagnóstico muitas vezes é postergado, pois esses sintomas são facilmente confundidos com os de outras patologias benignas do trato urinário, como infecção e cálculo renal. E esses atrasos diagnósticos, certamente, pioram o prognóstico do paciente, por proporcionarem à doença mais tempo para avançar.
Dessa forma, a maneira mais eficaz de erradicar o problema ainda em estágio inicial é enfatizar a importância do diagnóstico precoce. Diante de sintomas típicos e, principalmente, se o paciente possui fatores de risco associados, como história de câncer de bexiga na família, tabagismo ou exposição ocupacional a determinados agentes químicos, por exemplo, deve-se prosseguir com a investigação clínica. Em geral, métodos de imagem podem dar pistas sobre o diagnóstico, entretanto, o exame mais importante é a cistoscopia, que permite ao urologista enxergar o interior da bexiga e, ainda, proporciona chances de biópsias para confirmação histológica.
A doença propriamente dita, em geral, não interfere na virilidade do homem. Entretanto, o tratamento, principalmente quando envolve cirurgias extensas com retirada concomitante da próstata e/ou das vesículas seminais, ou quando requer radioterapia em determinadas áreas, pode resultar em disfunções sexuais. Isso porque aumenta as chances de se lesionarem os nervos responsáveis pelo processo de ereção peniana. Além do mais, durante um possível tratamento quimioterápico é normal que ocorra perda do desejo, bem como indisposição para a realização do ato sexual. Converse com seu médico a respeito dessa preocupação e ele poderá particularizar seu caso, expondo com mais detalhes os custos e benefícios dos procedimentos indicados.
Na verdade, o câncer de bexiga se manifesta praticamente com os mesmos sintomas e sinais de uma infecção do trato urinário. Não há indícios que comprovem que as infecções de repetição levem ao câncer. Mas a ideia que alguns pesquisadores defendem é que determinados pacientes tratados como portadores de infecções frequentes são, na realidade, portadores de câncer de bexiga. Além do mais, a simples presença do tumor na bexiga aumenta a probabilidade de proliferação bacteriana; assim, as duas situações podem coexistir. E a mensagem que fica é a seguinte: diante de sintomas persistentes, não menospreze esse diagnóstico. Ele pode ser a base de tudo.
Ao fumar, substâncias tóxicas são eliminadas junto à urina e agridem as paredes internas da bexiga. O tabagismo é uma das principais causas desse tipo de câncer.