A Coloproctologia é uma especialidade médica dedicada a estudar as doenças do intestino grosso, do ânus e do reto. Os médicos coloproctologistas realizam o estudo das condições do paciente para chegar a um diagnóstico e definir seu tratamento. Entre as condições diversas que a especialidade cuida estão a Doença de Crohn a retocolite ulcerativa, diverticulites, as hemorroidas, as fissuras anais, o prolapso retal, a constipação e tumores benignos ou malignos do intestino grosso e do ânus.
A Coloproctologia vai ser a especialidade médica ideal para tratar dos diferentes tipos de câncer que podem afetar o intestino. Entre eles estão tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon, no reto e no ânus. Também conhecidos como câncer colorretal, esses tumores são responsáveis por quase 41 mil novos casos e 20,5 mil mortes ao ano no Brasil segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A boa notícia é que o câncer de intestino é tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser detectado precocemente. A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia, que pode ser associada à quimioterapia.
Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn aumentam o risco de câncer do intestino. Nesse sentido, é fundamental que pacientes com essas enfermidades tenham acompanhamento individualizado com o coloproctologista. Ele poderá indicar exames que vão definir o diagnóstico e a conduta mais assertiva para o tratamento.
Outros fatores de risco são o envelhecimento, excesso de peso e a alimentação não saudável — pobre em frutas, vegetais e outros alimentos que contenham fibras. O consumo de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, e salame) e a ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana) também aumentam o risco para este tipo de câncer.
A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença ou de pessoas sem sinais ou sintomas, mas que pertencem a grupos com maior chance de desenvolvê-la. O rastreamento dos tumores de cólon e reto pode ser realizado através de dois exames principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopias.
Entre os principais sinais e sintomas sugestivos do câncer de intestino estão sangramento nas fezes, dor abdominal, perda de peso e anemia ou a presença de alguma massa abdominal. Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico especialista.
Além de atuar no diagnóstico e tratamento do câncer de intestino, o proctologista também age no caso de câncer anal, que ocorre no canal e nas bordas externas do ânus. Segundo o Inca, este tipo de câncer é raro e representa de 1 a 2% de todos os tumores colorretais.
Papel do Coloproctologista na prevenção ao câncer de próstata
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens e atinge principalmente aqueles com mais de 65 anos. Estima-se que, no Brasil, mais de 65 mil novos casos surjam todos os anos, provocando quase 16 mil mortes entre homens. Ao contrário do que muitos pensam, o profissional ideal para acompanhar esse tipo de câncer não é o proctologista, mas o urologista. O médico proctologista, no entanto, pode desempenhar um papel importante na detecção precoce do câncer de próstata, através de exames laboratoriais ou apenas pelo toque retal.
Fontes:
Instituto Nacional do Câncer: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-intestino
Oncoguia: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/diagnostico/2546/123/