Uma das preocupações que acompanha os pacientes que irão iniciar o tratamento quimioterápico é a queda de cabelo. Trata-se de um anseio legítimo – afinal, o cabelo representa a identidade da pessoa e está intimamente ligado à vaidade e ao bem-estar.
Existe um procedimento que ajuda a evitar ou a minimizar esta queda capilar em até 70%. Trata-se da crioterapia, método de resfriamento do couro cabeludo que reduz o fluxo sanguíneo por meio da contração dos vasos ali presentes. Com isso, a quantidade de quimioterapia que alcança as células dos folículos capilares é menor.
O frio também reduz a atividade dos folículos capilares e os torna menos atraentes para a quimio, que passa a ter como alvo as células que se dividem rapidamente. Isso reduziria o efeito da quimioterapia sobre as células dos folículos capilares e, como resultado, preveniria a queda dos fios.
Crioterapia na prática
Trinta minutos antes da sessão de quimioterapia, o paciente veste uma touca especial, chamada de hipotérmica, que resfria o couro cabeludo a uma temperatura entre 18°C e 22°C e a mantém estável, reduzindo o risco de absorção dos medicamentos nesta região.
O indivíduo deve permanecer com ela por cerca de uma hora e meia após o término da infusão, dependendo do protocolo adotado.
Resultados da crioterapia no tratamento oncológico
Alguns estudos que avaliaram o uso de toucas hipotérmicas demonstraram benefícios. Ao menos metade das mulheres com câncer de mama em estágio inicial que utilizaram a touca durante a quimioterapia perderam uma quantidade inferior a 50% dos fios. Além disso, os pesquisadores observaram que as pacientes que fizeram uso da crioterapia tiveram um crescimento mais rápido do volume de cabelo perdido comparadas às que não utilizaram o método.
Acredita-se que os resultados da crioterapia também estejam relacionados ao tipo de drogas quimioterápicas utilizadas, sua dosagem e a tolerância da pessoa ao frio.
Existem ainda evidências de que indivíduos que usam a crioterapia durante o tratamento e possuem uma camada de cabelo mais espessa são mais propensos à perda de fios do que aqueles com uma camada mais fina. Isso pode ocorrer devido ao fato de o couro cabeludo não resfriar suficientemente – os fios de cabelo ali presentes têm um efeito isolante.
Outra questão importante a ser observada é a colocação da touca. Ela precisa ser bem ajustada à cabeça, ficando em contato com o couro cabeludo, para que sua ação seja adequada.
Efeitos adversos da crioterapia no tratamento oncológico
Os efeitos adversos mais comumente associados ao uso da touca para crioterapia são cefaléia (dor de cabeça), desconforto no pescoço e no ombro, calafrios e sensibilidade no couro cabeludo.
